Eu sou a Mónica Chiffoleau, mãe dos gêmeos Jean-Baptiste e Virginie, duplinha
maravilhosa que me inspira cada dia a lutar por mudanças, que permitam frear e reverter a degradação ecológica que sofre nossa amada terra. Sou engenheira de produção e marqueteira. Adquiri a minha experiência profissional inicial no mundo corporativo, fazendo campanhas para empresas líderes no setor agroalimentar na Colômbia, país onde nasci.
A França foi o meu destino para continuar meus estudos e aonde tomei consciência da dimensão do consumo como ato político e reivindicação de justiça. Tirei as amarras do mundo corporativo e mudei para o terceiro setor. Minha vida nômade me trouxe ao Brasil, país que permitiu meu encontro com a agroecologia. Deparei-me, assim, com um mundo fantástico, modos de vida esquecidos e invisibilizados, refúgios de amor. Agricultores e consumidores que demostram seu amor pelo próximo e pela terra, amor que permite emergências e lutas por uma regeneração cultural.
A agroecologia está cheia de ensinamentos e um dos mais valiosos para mim foi entender que o alimento é um direito. Foi no meu comprometimento com o Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA) que encontrei a Juliana. Nossas confluências nos levaram a estudar num programa de pós graduação interdisciplinar (HCTE/UFRJ). Nós duas tínhamos percebido, como outros muitos comedores de comida, que a alimentação não pode ficar só nas mães de especialistas.
Nascia, assim, uma parceria para escrever sobre alimentação com um olhar transdisciplinar e complexo, e juntas pensamos em fazer este blog que agora é uma realidade.
Como marqueteira de origem, pretendo continuar a explorar outras maneiras de comunicar o direito à alimentação, articulando, comovendo, viralizando e politizando. Conto com vocês leitores, para fazer parte deste caminho!
Eu sou a Juliana Dias, mãe do Daniel, de 6 anos, filha do Seu Pacheco e da Dona
Judite. Sou jornalista, sócia-diretora da Malagueta Comunicação e ministro o curso de Jornalismo Gastronômico na Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)A alimentação desperta em mim o apetite pelo conhecimento. O gosto pela cozinha foi fermentado na mesa, lugar oficial do convívio familiar e da celebração das tradições do Nordeste brasileiro. O aprendizado da casa influenciou diretamente minha visão de mundo e, consequentemente, minha atividade profissional. Construí uma concepção sobre a alimentação complexa.
Cozinhar e escrever tornou-se uma estratégia de engajamento para ler o mundo e colaborar para transformá-lo. Rubem Alves me inspira quando diz que a palavra e a comida, vêm da mesma substância: a fome”, fome de transformar realidades por meio do conhecimento sobre o que representa comer. E quando o educador mineiro fala que pensar é cozinhar, transformar as ideias cruas pelo poder do fogo. Há muitas ideias para serem renovadas, reapropriadas, ressignificadas sobre a relação entre natureza e cultura. É preciso levá-las ao fogo.
O interesse pelo tema da alimentação me proporciona encontros valorosos e permite acessar conhecimentos distintos, que se religam e produzem sentido, quando coloco a “lente” da comida. Nessa caminhada, encontrei a Mònica, com quem tenho compartilhado as inquietações e planos em busca de outras maneiras de comunicar outros pontos de vistas, revelar as contradições e conflitos em torno da comunicação e da alimentação, ambos direitos fundamentais do ser humano. Este blog é mais um passo nessa direção. É fruto de um sonho em comum.
. Como jornalista, meu compromisso é cozinhar comidas, palavras e ideias que dê frutos de solidariedade, justiça e verdade.
Mònica Chiffoleau e Juliana Dias são doutorandas do Programa de História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia (HCTE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nossas pesquisas estão sob a orientação do professor José Carlos de Oliveira, que ministra as disciplinas Ciência, Tecnologia e Segurança Alimentar I e II; Leituras de Morin e História das Técnicas.